David Li, diretor do Open Innovation Lab de Shenzhen, participa de evento em São Paulo e defende aplicação de IA para soluções cotidianas.
"Quando falamos em inteligência artificial, a maioria das pessoas pensa em celulares, mas a verdade é que ela está por toda parte”, afirma David Li, diretor do Open Innovation Lab de Shenzhen. Um dos principais embaixadores do plano de transformar a cidade chinesa em uma espécie de Vale do Silício chinês, ele esteve hoje em evento promovido pela OurCrowd, em São Paulo.
Entusiasta do uso da IA nos mais diversos setores, David se mostra bem de acordo com o governo chinês e com o que parece corresponder à maior parte da opinião pública naquele país: ele defende que a coleta e o monitoramento de dados pessoais - potencializados à medida que a inteligência artificial se difunde - é um problema menor, frente a sua capacidade de solucionar problemas de maneira prática, rápida e cada vez mais barata.
Entre os exemplos colocados pelo especialista está, por exemplo, um aparelho usado em banheiros públicos na China para regular a retirada de papel toalha. A tecnologia exige que o cidadão faça uma espécie de check-in antes de conseguir tirar a quantidade necessária de papel para secar as mãos. A opção pode parecer controladora para alguns, mas como explica o executivo, solucionou os frequentes casos de roubo destes papéis - e com um custo pequeno frente a outras soluções como, por exemplo, contratar alguém que supervisione o uso.
David defende ainda que, embora muitos vejam a inteligência artificial como algo assustador, a tecnologia em si é significativamente aberta - o que ajudou a incentivar um boom de startups focadas no desenvolvimento de software e hardware para IA na China. Segundo dados apresentados por David Li, dos 11 maiores unicórnios de IA do mundo, cinco são chineses, incluindo o mais valioso deles, a SenseTime, avaliada em US$ 7,5 bilhões.
Fonte: Época Negócios
