Tecnologia para buscar água em Marte é usada para identificar vazamentos subterrâneos no RS



Tecnologia para buscar água em Marte é usada para identificar vazamentos subterrâneos no RS

 

Implementado em cinco cidades da Região Metropolitana, sistema de monitoramento via satélite deve reduzir 25% dos vazamentos de água nos próximos dez anos no estado, segundo concessionária.

Para evitar desperdício de água potável, uma tecnologia inicialmente desenvolvida para encontrar líquidos em Marte foi implementada para rastrear vazamentos subterrâneos na rede de distribuição do Rio Grande do Sul. Os trabalhos no estado começaram nos municípios Viamão, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada e Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Através do sistema de monitoramento via satélite, segundo a empresa Corsan Aegea, é esperada uma redução de 25% nos vazamentos de água nos próximos dez anos.

"Iniciamos por cinco cidades e, certamente, ele vai se estender pelas 317 cidades da Corsan", projeta José João de Jesus da Fonseca, diretor de operações da companhia de saneamento.

De origem israelense, a ferramenta funciona com o apoio de um satélite para identificar possíveis vazamentos. O mapeamento do subsolo opera atualmente com 90% de precisão e está em funcionamento há um mês e meio na Região Metropolitana da capital.

Posicionado a cerca de 700 km do solo, o satélite monitora por pulsos eletromagnéticos, diferenciando as características, através de um algoritmo, da "água da chuva e da água que disponibilizamos para a população. Então, ele consegue detectar vazamentos não visíveis em até 3 metros de profundidade", explica Fonseca.

Se não fosse pela integração do satélite ao sistema convencional de escaneamento, o processo de identificação levaria cerca de um ano e meio para fornecer resultados precisos, conforme aponta a empresa.

Perda de água no RS

Na Região Metropolitana, cerca de 60% da água potável é perdida antes de chegar às torneiras. Esse índice está acima da média nacional, 40%, e posiciona o RS como o estado com o maior volume de perda de água da região Sul, conforme dados da companhia de saneamento.

No entanto, com a implementação, o reconhecimento do problema é feito em um tempo 85% inferior ao habitual, levando em média três meses para fornecer o resultado.

"Agora nós temos uma facilidade de encontrar o problema e ir lá reparar. Com os resultados da análise, foram identificados 700 possíveis vazamentos. É muito assertivo o que o satélite passa para nós e certamente vai contribuir para a eficiência do sistema e reduzir investimentos no futuro", diz o diretor de operações da Corsan.

Fonte: G1