De robôs-soldados a exércitos de drones: como a tecnologia está moldando o futuro das guerras



De robôs-soldados a exércitos de drones: como a tecnologia está moldando o futuro das guerras

 

Para especialistas, a tendência é que robôs e guerras cibernéticas tomem o lugar dos soldados em conflitos e em uma eventual Terceira Guerra Mundial.

Mais do que os oponentes, imaginar uma eventual Terceira Guerra Mundial diz respeito, cada dia mais, à tecnologia. De exércitos de drones ao desenvolvimento de robôs-soldados, a corrida armamentista ganhou um formato que já tem mudado — e mudará ainda mais — os conflitos armados nos mundo.

O cenário é descrito em uma reportagem do jornal Financial Times. Foram entrevistados especialistas e desenvolvedores envolvidos em projetos do que seriam as armas dos futuro. Mais do que armamentos de fato, analistas indicam que conflitos e eventuais guerras tendem a envolver cada vez menos força humana — que eventualmente poderia ser substituída por completo.

Entre os sistemas desenvolvidos pelos Estados Unidos, por exemplo, estão armas eletrônicas, mísseis hipersônicos (que podem viajar a até cinco vezes a velocidade do som), armas de energia dirigida (como lasers que podem atingir a velocidade da luz e derrubar mísseis, drones e satélites) e sistemas autônomos baseados em inteligência artificial que possam receber comandos à distância. Há, ainda, estudos em torno de mecanismos de defesa que possam combater as tecnologias elaboradas pelos potenciais inimigos — como a China. 

"É um jogo de gato e rato: cada vez que o inimigo faz uma bala melhor, temos que ter uma proteção melhor", diz o físico Michael Zellne em entrevista ao jornal. Zellne é um dos pesquisadores de Aberdeen Proving Ground, região localizada no estado americano de Maryland onde fica uma base de pesquisa do exército do país. O local tem como objetivo "remodelar" o setor militar para o futuro e abriga pesquisas e testes relacionados a esse tipo de projeto.

Os desenvolvimentos no setor também possibilitam as chamadas guerras cibernéticas — que podem ter como alvo desde redes de energia e água até sistemas financeiros e de saúde. Há, ainda, a possibilidade de hackear a própria força bélica do oponente. "Vai ser a nossa IA contra a IA deles. Um lado vai entrar no sistema de comando e desligar tudo”, diz Bob Work, ex-vice-secretário de defesa dos EUA, ao jornal. "Você pode se encontrar em situações em que suas armas literalmente não funcionam".

Depois dos EUA, segundo a reportagem, a China é considera a potência mais desenvolvida nesse âmbito. O fato preocupa a nação norte-americana, que se vê pressionada a acelerar o desenvolvimento de seus próprios sistemas e defesas, apontados como uma forma de evitar uma luta "corpo a corpo" com o país. Até mesmo o espaço e os satélites são do interesse do exército.

"Para o futuro próximo, haverá um elemento humano significativo, obviamente", diz o secretário de defesa dos EUA, Jim Mattis, à reportagem. "Talvez por 10 anos, talvez por 15. Mas não por 100."


Fonte: Época Negócios