SoftBank ensinará ciência de dados e inteligência artificial em São Paulo



SoftBank ensinará ciência de dados e inteligência artificial em São Paulo

 

Programa para treinamento e contratação de talentos na América Latina. Foco está nas startups de seu portfólio de capital de risco.

Até 2024, 70 mil empregos devem ser criados por ano em tecnologia da informação no país. O problema: mesmo em meio a mais de 13 milhões de desempregados, metade dessas vagas pode deixar de ser preenchida por falta de capacitação. Com o uso crescente de análise de dados em diversos setores, a expectativa é que a demanda continue alta.

O conglomerado japonês de telecomunicações SoftBank percebe o problema até mesmo nas startups que compõem o seu portfólio de capital de risco. Por isso, o grupo lança hoje (3) um programa para treinar e contratar talentos especializados em ciência de dados e inteligência artificial na América Latina. As inscrições vão até 21 de fevereiro.


O uso massivo da inteligência artificial é uma das grandes teses de Masayoshi Son, fundador do SoftBank. Son acredita no momento em que os computadores serão mais inteligentes do que nós (também chamado de singularidade) e que certas empresas estarão liderando seus setores no uso e análise de dados.

Exemplos são a brasileira Loggi e a colombiana Rappi, que usam diversas informações para traçar as melhores rotas. A também brasileira Creditas utiliza dados para conceder crédito de maneira mais eficiente. Por trás dessas funcionalidades estão profissionais em pouca quantidade, e cada vez mais disputados.

“Nossas empresas precisam desses talentos e criam posições fora do país. Vemos espaço para usar a educação para evoluir o ecossistema de empreendedorismo latino americano”, disse André Maciel, sócio do SoftBank e líder das operações brasileiras de investimento.

Cidades como Berlim (Alemanha) e Nova York (Estados Unidos) são centros de ciência de dados e abrigam também filiais de startups brasileiras – como, respectivamente, Nubank e Gympass. “Termos nossos próprios centros tornaria o desenvolvimento mais barato e ágil.”

Como funciona o Data Science for All
O Data Science for All é uma criação do SoftBank e da plataforma de treinamento e avaliação Correlation One. As aulas contam com docentes de instituições educacionais americanas de renome, como Harvard, Massachusetts Institute of Technology e Stanford. O programa também tem parceiros como o Banco Interamericano de Desenvolvimento e pela gigante de tecnologia Microsoft.

Serão 11 semanas de curso a partir de 6 de março de 2020. As aulas serão às sextas e sábados, das 8h às 18h. O programa será ministrado ao vivo por um instrutor, em inglês, e terá uma mistura de conteúdo teórico, estudos de caso e exercícios.

O Data Science for All terá sede em São Paulo, com aulas remotas em Bogotá (Colômbia), Buenos Aires (Argentina) e Cidade do México (México). A Colômbia já havia recebido um programa semelhante, com 10.000 inscritos e 300 formados. Maciel projeta um resultado similar para a edição com sede brasileira.

O público mais visado são funcionários das startups no portfólio do SoftBank. Também podem participar candidatos externos formados em áreas como ciência, engenharia, matemática e tecnologia. O objetivo é qualificar ainda mais profissionais que possuem uma base na área, ou upskilling. Os alunos externos entrarão na base de talentos do SoftBank e poderão ser contatadas para futuras oportunidades de trabalho.

“São habilidades que os tornam profissionais globais. Eles podem, inclusive, prestar serviços para empresas de outros países”, diz o sócio do SoftBank.

O Data Science for All custa US$ 5 mil, valor que poderá ser custeado pelas próprias companhias. É possível parcelar o curso em até 24 vezes ou começar a pagar apenas quando o aluno atingir um salário de R$ 33 mil anuais. O patrocínio é óbvio para o SoftBank: representa um investimento no futuro dominado pela inteligência artificial, como desenha o conglomerado japonês de telecomunicações.

Fonte: Época Negócios