Por que a tecnologia não deve substituir os humanos



Por que a tecnologia não deve substituir os humanos

 

Nós já temos hoje tecnologia para resolver todos os problemas da humanidade. O que ainda não temos é humanidade”. A frase de efeito é de Ligia Zotini, futurista e fundadora do ecossistema digital de educação Voicers. 

A pesquisadora e empresária falou nesta quinta-feira em um dos principais palcos do Mercado Livre Experience, evento que reuniu no São Paulo Expo executivos de diferentes áreas para trocar informações sobre e-commerce, serviços financeiros, tecnologia e inovação.

Diferentemente do que se possa esperar das falas de um evento deste porte, o foco de Ligia não foram as novas tecnologias e suas possibilidades, mas a peça por trás delas. A especialista lembra a plateia que a sociedade vive um ponto de virada e, nesse momento, podemos seguir fortalecendo o lado controlador das tecnologias, que mais nos torna escravos do que criadores, ou optar por potencializar o fator humano e desenvolver o perfil conectado e libertador dessas ferramentas. Esse último é o lado que nos faz pensar, por exemplo, em tratamentos para fobias a partir de Realidades Virtuais — e sim, isso já está sendo aplicado com sucesso em casos como o de medo de avião e o pavor de animais peçonhentos.

Mas como resgatar essa humanidade que tantas vezes parece ser anulada pelas máquinas? A resposta é simples, embora difícil de alcançar: autoconhecimento. Para Ligia, a geração que hoje capitaneia empresas e trabalha com novas tecnologias entrou em contato com um volume enorme de novas informações e, diante de tanta agitação mental, precisa parar para se questionar e buscar entender quem é, o que espera desenvolver para o mundo e como quer ver sua empresa — ou melhor, sua plataforma, seu ecossistema — crescer.

“Nos próximos 20 anos, cada um terá de trazer para o mundo a sua melhor versão”, garante a palestrante. Para ela, só assim será possível executar a hoje tão buscada transformação digital. “Eu posso comprar todas as tecnologias do mundo, mas se eu não for capaz de fazer as perguntas certas para elas e entender como conectá-las, eu não vou transformar nada”, alerta.


Fonte: Época Negócios