Pesquisa exclusiva mostra que brasileiros superestimam suas capacidades digitais



Pesquisa exclusiva mostra que brasileiros superestimam suas capacidades digitais

 

Os brasileiros estão otimistas com o impacto da transformação digital em suas carreiras, mas superestimam as suas capacidades digitais, que serão chave no mercado de trabalho nos próximos anos. A constatação está em pesquisa exclusiva realizada por Tera, Scoop&Co e Época NEGÓCIOS, apoiada por Love Mondays. O estudo mostra que mais de 80% dos brasileiros se dizem empolgados com a chegada das novas tecnologias no trabalho e 87% estão confiantes de que vão se adaptar à nova realidade.

Foram entrevistados 980 profissionais que trabalham em empresas de vários portes nos principais centros urbanos brasileiros. Deste total, 85% disseram que as novas tecnologias já afetaram totalmente ou de forma parcial o trabalho que fazem no dia a dia. 25% deles disseram que este impacto foi negativo, enquanto 75% afirmaram o contrário—seja porque se consideram capacitados digitalmente, seja porque mesmo sem capacitação, não sentiram impacto.

Essa percepção positiva da maioria, contudo, não condiz com a realidade do mercado. Quando apresentados a uma lista de habilidades mais demandadas, 42% afirmaram não conhecer das 14 competências digitais desejadas por empregadores, de acordo com lista do LinkedIn para 2018. “A lista traz funções não exigidas nas empresas há cinco anos. Esse cenário descrito pela pesquisa é um retrato de que a renovação das competências aconteceu rápido demais. As pessoas não viram isso acontecer”, diz Leandro Herrera, fundador da Tera.

Um ponto curioso da pesquisa é que o perfil de quem diz ter sido impactado pela transformação digital e daqueles que dizem o contrário é similar. Em praticamente todos os indicadores o perfil dos públicos é o mesmo, como formação, idade e indústria. “Isso derruba muito mitos sobre a adoção de tecnologia e novos comportamentos digitais. Percebemos que a transformação está impactando todos ao mesmo tempo, independentemente da idade, formação e profissão. É só uma questão de tempo para impactar todos.”

O estudo mostra que os profissionais entrevistados, independente de sentirem o impacto da transformação em suas carreiras, estão buscando se atualizar. Mais da metade (57%) deles afirma fazer curso de aprimoramento na área que atua; 60% afirmaram que leem livros; e 36% disseram participar de cursos relacionados a outro campo de atuação. Apenas 18% afirmaram fazer uma pós-graduação. "É interessante notar que a maior motivação citada pelos entrevistados para estudar é se tornar ‘um profissional multidisciplinar’, mais do que ganhar dinheiro ou como ferramenta para crescer dentro da empresa", diz Herrera, da Tera.

Entre as competências técnicas que esses profissionais querem desenvolver nos próximos anos, estão inteligência de negócios, análise estatística de dados (big data/data science), gestão de produtos digitais, machine learning e inteligência artificial.


Fonte: Época Negócios