Este robô realiza experimentos enquanto os cientistas estão em isolamento social



Este robô realiza experimentos enquanto os cientistas estão em isolamento social

 

O robô, que anteriormente era utilizado em fábricas automotivas, agora é controlado remotamente por pesquisadores, que conseguem realizar os experimentos de casa.

Um robô que geralmente é usado em fábricas de automóveis foi reprogramado para testar amostras e realizar experimentos em laboratório durante a pandemia de coronavírus. Segundo pesquisadores da Universidade de Liverpool, o assistente automatizado que custou 100 mil libras (cerca de R$ 674 mil ) foi alocado no laboratório da instituição, onde recebe ordens remotamente dos pesquisadores - que estão cumprindo as medidas de isolamento social em casa.

De acordo com os pesquisadores, o robô consegue ser significativamente mais eficiente que um humano, realizando até 700 experimentos em uma semana - o mesmo número que um aluno pode concluir ao longo do doutorado, em uma comparação simples.


Ele também é capaz de trabalhar de forma autônoma, aprendendo com seus resultados, refinando os experimentos e tornando as descobertas científicas 'mil vezes mais rápidas', contam.

Atualmente, o robô está pesquisando formas de acelerar as reações dentro de células de energia solar. Mas os cientistas não descartam a possibilidade de o colocar na luta contra o novo coronavírus. Isso já chegou até mesmo a ser considerado. "Muitos laboratórios que estão fazendo pesquisas sobre a covid-19 nos procuraram para tentar implementar essa tecnologia", disse o professor Andy Cooper, um dos responsáveis pelo projeto, a BBC News.

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Além de pesquisas contra o novo coronavírus, a equipe responsável pelo equipamento enxerga outras aplicações para a tecnologia. Eles contam que já chegaram a ser abordados por pesquisadores que realizavam estudos secretos e por cientistas que conduzem pesquisas sobre mudanças climáticas.

Benjamin Burger, um dos desenvolvedores do robô, nutre grandes expectativas para o projeto. Em um futuro, ele imagina que equipamentos em todos os laboratórios do mundo possam ser controlados por apenas um “cérebro central’, permitindo integração científica entre diferentes entidades e órgãos internacionais.

Como funciona?
Os equipamentos são semelhantes aos braços robóticos usados ??nas fábricas de automóveis. Entretanto, eles são modificados para que possuam mais inteligência artificial em seus algoritmos, o que os permite decidir o que fazer a seguir sem a contribuição de seres humanos.

No laboratório, eles realizam o trabalho de coleta de amostras e a sua colocação em diferentes tipos de equipamentos.

O uso de robótica, inteligência artificial e supercomputadores na busca de descobertas científicas foi objeto de um novo relatório da Royal Society of Chemistry. Eles afirmam que novas soluções devem ser “adotadas com urgência” para manter o desenvolvimento científico, mesmo que os pesquisadores sejam forçados a se distanciar socialmente devido a covid-19.

Burger disse que o robô "não fica entediado, não se cansa" e trabalha o tempo todo sem precisar tirar férias. Segundo ele, isso libera os pesquisadores para se concentrarem na inovação e em novas soluções, pois o robô pode "passar por milhares de amostras" sem grandes dificuldades.

No futuro, esse tipo de robô também poderá ser usado para realizar experimentos arriscados, que atualmente podem ser perigosos demais para a tentativa de humanos. Isso já está começando a acontecer no espaço, com a NASA desenvolvendo tecnologias que permitiriam que esses equipamentos fizessem reparos na parte externa da Estação Espacial Internacional.

Os pesquisadores também desenvolveram um robô que pode coletar amostras nasais e na garganta de pacientes com suspeita de coronavírus com o intuito de realizar testes da doença. Assim, a exposição dos profissionais de saúde pode ser diminuída consideravelmente.

Fonte: Época Negócios