Operador de corretora de Bitcoin acusada de lavagem de dinheiro será extraditado para a Rússia



Operador de corretora de Bitcoin acusada de lavagem de dinheiro será extraditado para a Rússia

 

A Suprema Corte da Grécia decidiu que Alexander Vinnik, operador da corretora de criptomoedas BTC-e, deve ser extraditado para responder a um processo criminal em seu país de origem, a Rússia. A decisão, tornada pública nesta sexta-feira (14), ainda pode ser revista pelo ministro da Justiça da Grécia. Se confirmada, ela deve livrar Vinnik de acusações mais pesadas que foram levantadas contra ele pelos Estados Unidos e pela França.
 
Vinnik foi preso na Grécia em julho de 2017 após um júri dos Estados Unidos indiciá-lo por diversos crime, entre eles o de lavagem de dinheiro. Ele operava a corretora de criptomoedas BTC-e. Autoridades norte-americanas estimaram que a BTC-e teria intermediado pagamentos que somavam algo entre US$ 4 e US$ 9 bilhões (R$ 16 a 36 bilhões). O governo dos EUA também multou a BTC-e e Vinnik, que pessoalmente deveria pagar US$ 12 milhões (R$ 48 milhões), porque a corretora não tinha autorização para operar no mercado financeiro.
 
O site da BTC-e não está mais no ar, apresentando um aviso de que a página foi apreendida por autoridades norte-americanas.
 
De acordo com um relatório compilado por um time de especialistas em segurança à época da prisão de Vinnik, 95% de todo o dinheiro pago em "resgates" de arquivos danificados por vírus de resgate teria sido sacado (transformado em dólares ou outra moeda fiduciária) por meio da BTC-e. Há também alegações de que ele teria roubado a Mt. Gox, uma corretora de Bitcoin sediada no Japão que decretou falência em 2014.
 
Após o pedido de extradição dos Estados Unidos, a Rússia entrou com um pedido próprio. De acordo com a agência de notícias AFP, a Rússia acusa Vinnik de fraudes que totalizam 9.500 euros (cerca de R$ 45 mil). Em junho, foi a vez da França entrar na disputa, afirmando que Vinnik teria fraudado mais de 100 franceses entre 2016 e 2018.
 
Vinnik manifestou preferência pela extradição à Rússia e disse que "não há justiça" nos Estados Unidos e na França. Ele também nega as acusações levantadas contra ele pelas autoridades desses países, de acordo com a agência de notícias TASS, do governo russo.
 
Os tribunais gregos deram vitórias aos três países ao longo do processo. Os recursos levaram o caso para uma decisão final da Suprema Corte em favor da Rússia.
 
De acordo com a agência de notícias Sputnik, também do governo russo, ele enviou cartas a autoridades do seu país para confessar crimes e se colocar à disposição dos investigadores. Ele também teria sido vítima de uma tentativa de envenenamento dentro da prisão na Grécia.
Fonte: G1